18.12.06

O camelo e o buraco da agulha

É mais fácil ser adepto da teologia da prosperidade do que da teologia da libertação (que dizem, já morreu, mas os que dizem se enganam). Para quem deseja sucesso rápido, conforto, popularidade, e uma igreja crescendo sem parar, basta que se ofereça o evangelho numa embalagem adequada à burguesia. Recomenda-se evitar: críticas ao acúmulo de riquezas, apêlos humanitários, referências a palavras solidariedade e justiça, opções ideológicas que favoreçam os pobres, demonstração de simpatia a expressões como "contrato social" e "outro mundo possível", sermões baseados nos profetas menores, convocações ao sacrifício, e similares. Apenas dois problemas surgirão no caminho: o tribunal da consciência (que resistido acabará se dissolvendo) e o juízo final.

4 Comments:

Blogger Felipe Fanuel said...

Concordo. De fato, há muita pressa em sepultar a teologia da libertação, quando dizem que ela optou pelos pobres, mas os pobres não optaram por ela. Não sei se os pobres têm direito de optar por alguma coisa. Não é dado a eles o direito de nada além de estar num lugar condenado pelo capitalismo selvagem. Ser excluído e marginalizado é sinônimo de dependência de "ópios" como a teologia da prosperidade. Nunca os pobres poderão desfrutar do direito de escolher sobre alguma coisa enquanto prevalecer um sistema estruturado em torno do famigerado lucro. Teologia da libertação é apenas uma utopia — "doce ilusão" — para aqueles que sonham com o reino de Deus aqui na terra. Querem matar este sonho, mas como você apontou, eles se enganam, o povo não deixou de sonhar. Por mais que nossas instituições legitimadoras do sistema social insistam em sepultar sonhos, haverá sempre um espaço para se brotar uma teologia da libertação.

4:25 PM  
Blogger Alysson Amorim said...

Este comentário foi removido por um administrador do blog.

6:05 PM  
Blogger Alysson Amorim said...

Concordo. A teologia da prosperidade é o "ópio" do momento, ou talvez, como quer o Pr. Ricardo Gondim, o "crack". O fato é que o capitalismo sempre gera suas teologias, objetivando neutralizar o poder transformador e revolucionário do Evangelho, que salta aos olhos na leitura honesta até dos mais desavisados. E se morreu mesmo a teologia da libertação o Evangelho permanece intacto, pronto para ressuscitá-la.

6:11 PM  
Anonymous Anônimo said...

Que Deus tenha misericórdia de nós.
Pra não nos cansarmos de favorecer os desfavorecidos e adorar sempre ao Deus que os favoreça. Sem vergonha de professar uma fé já "fora de mora"...

Paz,

5:34 PM  

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Ed René Kivitz
Pastor da Igreja Batista de Água Branca (São Paulo), autor e conferencista.
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